sábado, 15 de agosto de 2009

Diário de Bordo. Dia 1.

Cheguei em Madrid as nove da manhã. Deles. Durmi duas horas durante o vôo, e tive a sorte de estar sozinho na minha fileira de poltronas. Mas acordei doido de fuso horário. Gostaria de poder contar mais sobre Madrid, mas não vi mais do que o aeroporto. Enorme, cheio de trenzinhos levando passageiros de caras perdidas para cima e para baixo, num shopping center de Itu. Diferente, só os fumódromos dentro da sala de embarque. Uma espécie de curral do câncer para os fracos demais para vencer os próprios vícios.
Depois do terceiro cigarro, peguei o avião para Barcelona. Uma hora depois, estava esperando o ônibus para o hotel, numa tarde escaldante de sábado. Era fácil me localizar. Eu era o único cara de todo o aeroporto segurando duas malas enormes e uma jaqueta de couro. Sabe como é, casaco é algo que você veste quando sua mãe tem frio.
O caso é que meu espanhol é uma merda. Eu entendo o que me é dito, mas ninguém me entende. Resultado: perguntei pro motorista do ônibus se ele me levaria ao referido hotel. “si!”. Pero no. Era o busão errado.
Vamos ver a coisa pelo lado positivo. O passeio de busão errado me deu a oportunidade de ver Barcelona de perto. Uma cidade linda e limpa. Quase civilizada. O mesmo motorista que me deu informação errada deixou uma velhinha de cadeira de rodas esperando no ponto e saiu fora, sob protestos dos outros passageiros: “Que malo! Esto no puede!”
Quando finalmente eu desci no hotel errado, do outro lado da cidade, fui informado que o meu hotel era do lado do aeroporto. E, como o aeroporto é afastado da cidade, seria melhor pegar um táxi. Morri em 15 euros mas aprendi um bocado sobre a zona franca de Barcelona, já que o taxista não calava a boca.
Chegando ao hotel, pequeno, mas arrumadinho, percebi que se tratava, na verdade, de uma espécie de entreposto para passageiros e trabalhadores de cias de cruzeiro. Todo mundo no hotelzinho ou vai trabalhar ou passear em navios. Ao chegar no quarto, conheci meu primeiro roommate, um indiano de nome complicado que, de agora em diante, chamarei de Apu.
Apu tem uma filhinha de dois anos e trabalha em cruzeiros há oito. Bem falante, contou várias experiências oceânicas. Disse que trabalha no cassino, fazendo manutenção de caça-níqueis e que gosta de conversar para não pensar na filhinha e sentir “homesick”.
Se ele não parar de falar, acho que também ficarei, rapidinho. Brincadeira. Apu é gente boa. E sim, ele fala igualzinho ao personagem dos Simpsons.
Amanhã, oito e meia, é hora de conhecer Sua Excelência, Voyager of the Seas.

10 comentários:

  1. Se tu visse "Caminho das Indias! saberia lidar com o Apu!hehehe

    ResponderExcluir
  2. Apu é MARA! Novela tbm é cultura!
    Are baba!

    boa sorte.

    ResponderExcluir
  3. Go get them . . . the world is on your hands now, Mr. Amem ao Mar !

    ResponderExcluir
  4. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  5. Meu caro. Desculpa não me despedir direito. Mas rezo com toda a minha fé de ateu (cacofonia mais ou menos essa)que você se divirta.

    ResponderExcluir
  6. muito curiosa, aguardando o dia 2, finalmente ao mar.

    ResponderExcluir
  7. Meu filhinho querido!Que saudades! Desculpe-me pelo casaco de couro,mas sabe como é, fiquei com medo de sentir frio! Vou abrir seu blog todos os dias e ler ávidamente suas noticias.
    Beijos da Mama.

    ResponderExcluir
  8. madri..linda...o aeroporto é fora de 'série'..não tem igual. rsrs. tem metro pra levar de um lado ao outro...decore as cores. rsrs.

    ResponderExcluir
  9. Fiquei parada uns 20 minutos rindo do "...chamarei de Apu." HAHAHAHA Muito bom!

    ResponderExcluir