quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Diário de Bordo. Loompa-Loompas.

Nunca fui muito bom em geografia. Durante boa parte da minha vida, ignorei a existência de diversas nações. Claro, a vida no navio muda isso tudo. Tomei conhecimento, por exemplo, da existência das Filipinas. Quer dizer, da existência de Filipinos. Continuo duvidando da existência do país em si, uma vez que toda sua população parece estar a bordo dos navios de cruzeiro ao redor do mundo. Trata-se, ao meu ver, de uma nação sem território, ou com território móvel, como preferir.
Pois a maior parte dos navios de cruzeiro do mundo tem sua tripulação formada principalmente por filipinos e indianos. Eles falam um inglês muito peculiar, usam um macacão azul de uniforme, normalmente trabalham em cargos de limpeza e manutenção técnica do navio. A grande parte não tem permissão para circular entre os hóspedes, a menos que durante o exercício de suas atividades.
Assim sendo, muitos hóspedes não se dão conta que essa classe operária existe. E quando os encontram, tem dificuldade de diferenciá-los por sua origem. São todos baixinhos, morenos, usam bigodinhos estranhos e macacão azul. Lembram o filme "A Fantástica Fábrica de Chocolate", onde homenzinhos trabalham nos bastidores de uma misteriosa empresa fazendo os melhores chocolates do mundo. Eles também não aparecem em público e também são provenientes de países exóticos.
Por essas e outras, quando circulo pelas catacumbas do navio e vejo um dos nossos loompa-loompas carregando bagagens ou reparando encanamentos danificados, não consigo deixar de cantarolar a famosa canção do clássico do cinema: Dumpa, dumpa, dumpa dee-dooo...

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