sábado, 5 de dezembro de 2009

Diario de Bordo. A Viagem do Descobrimento.

Passei um tempo sem escrever por varios motivos. Primeiro, o novo navio nao dispoe das mesmas regalias para crew members que o Voyager oferecia. O Vision of the Seas e´ mais antigo, e nem todas as tecnologias sao de facil acesso. Por exemplo, ao chegar abordo, eu recebi um Bip. Sim, um pager. Para quando meu chefe precisar me localizar. Eu nao via um bip tinha uns 15 anos. Se esse navio fosse um pouco mais antigo, acho que eles mandavam a Lessie me procurar quando precisassem de mim.
Pois muito bem, a travessia de Portugal ao Brasil foi interessante. Na medida que e' interessante ficar 14 dias dentro de um asilo que balanca. A me'dia de idade dos guests dava a entender que este era o segundo crossing deles, pelo menos. No primeiro, durante a festa do Comandante, eles provavelmente tiraram fotos ao lado de Pedro Alvares Cabral.
Antes do Brasil, estivemos na Ilha da Madeira e em Teneriffe. Lugarezinhos de atrativos naturais agradáveis e com bons precos para muamba. Quase uma Foz do Iguacu na Europa.
A medida em que nos aproximamos do equador, o clima melhorou e o navio parou de balancar. Chegamos em Recife, no Marco Zero, onde eu comi um camarão para o qual eu daria a mesma nota.
Logo depois estavamos na Bahia. Nao pude conhecer muito Salvador pq estava trabalhando. Tai duas palavras que eu nunca esperava usar na mesma frase.
A chegada no Rio foi um espetaculo a parte. Nao sei se muitos cariocas ja tiveram a oportunidade de contemplar a cidade pelo angulo de quem chega ao porto, mas vale a pena. Tirei algumas fotos, publicarei em seguida.
Os poucos gringos que ainda trabalham abordo ficaram maravilhados com nossa cidade maravilhosa. E nenhum foi assaltado! A situação no Brasil ta melhorando meeesmo.
Em Santos, começamos oficialmente a temporada brasileira. o que significou basicamente duas coisas: Os bebados começaram a cantarolar pra mim as musicas que eles queriam ouvir e não sabiam o nome. E, e' claro, rolou a primeira briga na boate. Entre cariocas e paulistas. O motivo foi mulher, futebol, recalque, sei lá. Coisa de bebado. E um briga de moça, prontamente apartada pelos seguranças, antes que alguém quebrasse a unha.
Aliás, só o Brasil poderia me proporcionar a bizarra situação da carteirada musical.
Explico:
Na boate, minha política é simples: toco qualquer música que o guest queira peça. Sem preconceitos ou pudores. Chegou, pediu, ouviu. Eu teria que me importar muito mais para me sentir artísticamente afrontado pelos "requests". Mas, como eu to tocando e andando, o cliente tem seeempre razão.
Ainda assim, tem gente que sente a necessidade de dar carteirada de "otoridade" para fazer sua solicitação valer. Algo do tipo: "Ei, DJ! Eu sou o Presidente Nacional dos Representantes de Venda de Pamonha no Atacado do Vale do Paraíba! Pô, toca um forró, aí!"
Claro, Vossa Excelência, claro...

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